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A EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DISRUPTIVO DO SÉCULO XXI
Data: 06/03/2024 | 0 ComentárioProf. MSc. Paulo Henrique Ansaldi
Os desafios sociais e econômicos impostos pela nova ordem mundial, associados ao crescimento tecnológico exponencial e aprofundados pela pandemia do Coronavírus, trazem à tona a necessidade que se enfrente essas demandas sob um novo olhar, sobretudo na Educação. Há, neste momento, em curso, uma ruptura profunda do status quo, cujas consequências poderão ser drásticas àqueles que não tiverem a percepção e competências para se adequar aos novos paradigmas, aproveitando as oportunidades que esta janela que se abre irá oferecer. Importante lembrar a máxima darwinista: em geral, aquele que se adapta melhor ao ambiente, via de regra, é quem prospera, e não necessariamente o maior e mais poderoso.
Desenha-se imperativo, pois, a capacidade de conviver com a incerteza, dada a característica disruptiva dos novos tempos. Em contraponto, deve-se ter a perspectiva, por experiência histórica, que os grandes avanços da humanidade se deram por acúmulo em detrimento de grandes rupturas, o que significa dizer, que, em face de uma realidade altamente mutável, necessita-se da visão de futuro para o entendimento dos novos padrões, não obstante, também da consciência de que a história e os valores civilizatórios não podem ser ignorados.
Dito isto, lembramos que o mundo disruptivo, descrito por Sandro Magaldi e José Salibe Neto em “Gestão do Amanhã”, foi potencializado pela Pandemia de Covid-19 e tudo o que era incerto, descrito naquele trabalho, ganhou proporções ainda maiores e mais graves. As mudanças de paradigmas que têm sido impostas pelo mundo impactam diretamente países, estados e municípios. Modelos de gestão de excelência de 10 anos atrás estão fadadas ao insucesso nos dias atuais. Os modelos de tecnologia e produção vêm sendo alterados e por consequência deles, também tem havido uma revolução nas demandas do mercado de trabalho e, as Instituições de Ensino que não estiverem atentas a estas questões, formarão profissionais aptos ao mercado de trabalho do século passado.
Ao analisar a evolução humana em “ondas”, Alvin Tofller nos alerta para o que ele chamou do fim da terceira onda já no início da década de 2010. Para este autor, o mundo já está diante da quarta onda, caracterizada pela “Era da Informação” e a “Revolução do Conhecimento” tornando este, o conhecimento, o bem mais precioso que qualquer instituição pode sonhar em ter. Eis que urge um olhar para o ser humano em suas potencialidades e vivências. Eis que se torna imperativo também um olhar de consciência para as grandes causas, como por exemplo a ambiental, a sustentabilidade (em lato-sensu), para o desenvolvimento sustentável, que gere renda e emprego de qualidade, que seja capaz de absorver as novas tecnologias, usando-as como meio para a inserção social, num mercado muito mais diversificado, fundamentado na ética para resolver problemas, conforme afirma Tofller.
Enfim, trata-se de olhar o mundo em suas particularidades para adaptar-lhe ao que o futuro lhe impõe.
Neste ínterim, não é necessário reinventar a roda. A Organização das Nações Unidas - ONU já deu o tom há anos, precisamente em 2015. Estamos em 2024, há pouco menos de 6 anos para 2030, limite para a implantação mundial da agenda 2030 e não há tempo a perder. É nosso dever reorganizar nossas instituições à luz das ODSs, (Disponível em https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/, acesso em 29 de outubro de 2022), a saber:
“Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.”
E continua:
“Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas que estamos anunciando hoje demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda universal. Eles se constroem sobre o legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e concluirão o que estes não conseguiram alcançar. Eles buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.”
Adaptados confortavelmente às ODSs descritas acima, os Projetos e ações desenvolvidos em nossas instituições devem estar alinhados às mudanças paradigmáticas, como à Indústria 4.0, à Internet das coisas, com reservas de esforços para parcerias com os diversos setores
Importante observar que o desenvolvimento de que tratamos aqui inclui a necessidade de que ele seja democrático.
Não há como tolerar as desigualdades sociais que se aprofundaram no país e consequentemente nas cidades nos últimos tempos. Não há possibilidade de ser feliz com tanta infelicidade à volta. Este é um princípio humano que não devemos negociar, independentemente de qualquer ideologia. Os verdadeiros progressistas, liberais e conservadores estão em acordo sobre isto.
É imperativo que o bem comum seja uma conquista para todos. Parafraseando a música do grupo Skank, “Se o mundo não for pra cada um, pode estar certo, não vai ser pra nenhum”.
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