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Os Impactos da Hiperconectividade na Saúde Mental e Física: desafios e soluções na era digital
Data: 04/08/2025 | 0 ComentárioNa manhã desta segunda-feira, a Rádio MIX de Guaratinguetá recebeu a Professora Doutora Alessandra Moreira para uma entrevista esclarecedora sobre um dos temas mais urgentes da contemporaneidade: os impactos da hiperconectividade na saúde mental e física. Com uma abordagem baseada em dados científicos e uma linguagem acessível ao público, a Drª abordou os principais desafios e apontou soluções práticas para o uso consciente da tecnologia.
Segundo a professora Alessandra, vivemos uma era em que estar "sempre online" se tornou a norma. O uso contínuo de dispositivos eletrônicos, redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas de trabalho remoto tem criado um cenário de hiperconectividade quase ininterrupta. Embora a tecnologia tenha trazido inúmeros avanços, ela também tem gerado consequências importantes à saúde física e mental.
Durante a entrevista, a professora destacou os principais problemas que surgem a partir do uso excessivo das tecnologias:
Transtornos de ansiedade e depressão: A exposição constante a redes sociais alimenta a comparação social, o medo de ficar de fora (FOMO) e a sensação de insuficiência pessoal.
Distúrbios do sono: O uso prolongado de telas à noite afeta a produção de melatonina, dificultando o adormecer e prejudicando a qualidade do sono.
Síndrome de burnout digital: Muitos profissionais enfrentam esgotamento emocional devido à pressão por disponibilidade constante e produtividade online.
Problemas musculoesqueléticos: Posturas inadequadas frente a computadores e celulares estão ligadas ao aumento de dores cervicais, lombares e tendinites.
Sedentarismo: O tempo gasto em frente às telas tem reduzido as práticas de atividades físicas regulares, contribuindo para o aumento de doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão.
Consequências a médio e longo prazo
A doutora alertou que os impactos da hiperconectividade não são apenas pontuais, mas estruturais. A longo prazo, a dependência tecnológica pode alterar hábitos sociais, reduzir a empatia e dificultar o desenvolvimento de relações interpessoais profundas. No ambiente de trabalho, pode haver queda na produtividade, aumento do estresse e dificuldade de concentração. Para crianças e adolescentes, o uso precoce e excessivo de telas pode comprometer o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor.
Desafios e soluções possíveis
Apesar do cenário preocupante, a professora Alessandra ressaltou que há formas eficazes de enfrentar os efeitos negativos da hiperconectividade. Entre as soluções propostas estão:
Educação digital consciente: Incentivar o uso crítico da tecnologia desde a infância, promovendo o equilíbrio entre o mundo online e offline.
Higiene do sono: Estabelecer limites claros para o uso de telas, especialmente nas horas que antecedem o sono.
Desconexão programada: Criar espaços e momentos livres de tecnologia no dia a dia, como refeições, encontros familiares e momentos de lazer.
Ergonomia digital: Adaptar o ambiente de trabalho e estudo para reduzir impactos físicos causados por más posturas e excesso de tempo sentado.
Acompanhamento psicológico: Buscar apoio de profissionais de saúde mental diante de sinais de esgotamento, ansiedade ou dependência tecnológica.
Ao encerrar a entrevista, a Dra. Alessandra reforçou que a tecnologia em si não é vilã, mas seu uso desenfreado, sem consciência e sem limites, pode ser prejudicial. A chave, segundo ela, está no equilíbrio: "Precisamos retomar o controle do nosso tempo e da nossa atenção. Estar conectado com o mundo é importante, mas estar conectado consigo mesmo é essencial".
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