publicações

Em terra de pandemia, quem é professor é super-herói!

Data: 29/12/2020 | 0 Comentário


Compartilhe

          

Em 28 de abril de 2016, uma matéria intitulada Em terra de 10 milhões de desempregados, quem é professor é rei foi publicada no Boletim Informativo UNIESP, cujo título parafraseava o provérbio “Em terra de cegos, quem tem olho é rei” e que tinha como conteúdo informações sobre um concurso público de professores de várias áreas do conhecimento humano para atuarem como docentes em escolas municipais, com informações sobre a prova e sobre o salário, na ocasião R$ 3.080,13 e benefícios como vale transporte e vale alimentação num contexto do país em que havia 10 milhões de desempregados. A matéria também ressaltava a informação publicada pelo INEP que a profissão PROFESSOR era a que tinha maior empregabilidade no mercado de trabalho e que -com a falta de professores nas salas de aula em especial na rede pública - garantiam aulas e salários no ano letivo todo  a esse profissional. Mesmo com essas vantagens, a profissão professor  estava em baixa por uma série de fatores – as condições de trabalho, por exemplo – e, por causa disso, os Cursos de Licenciatura passaram a ser pouco procurados e as Instituições de Ensino Superior que ofereciam esses Cursos pouco a pouco passaram a desativá-los até não mais ofertá-los.

     No contexto atual, tudo isso mudou muito, porém, hoje, a profissão professor continua sendo a que tem maior empregabilidade e um salário um pouco maior do que aquele oferecido em 21 de abril de 2016. Em terra de desempregados, o professor tem trabalho, salário e benefícios, o que é o sonho de muitos que se encontram fora do mercado de trabalho. Ele continua rei, mas essas informações também continuam não sendo divulgadas.

      Em se tratando de mercado de trabalho e provando a falta de informações sobre a profissão professor pela mídia em geral,  no dia 23 de outubro de 2020, o Portal UOL  Notícias - Economia: Empregos e carreiras, numa matéria de Cláudia Varella intitulada "Veja cargos que devem "bombar" em 2021, com salário de R$ 2.200,00 até R$ 74,.5 mil reais"(disponível em https://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2020/10/23/guia-salarial-consultoria-robert-half-profissoes-em-alta-pos-pandemia.ht). Segundo a autora da matéria, tais cargos/salários se encontram nas seguintes áreas: 1) Finanças e Contabilidade; 2) Engenharia;3) Jurídico; 4) Vendas e Marketing; 5) Mercado financeiro; 6) Recursos Humanos; 7) Seguros e 8) Tecnologia.

     Infelizmente, o Portal UOL, a matéria e sua autora ignoraram um cargo, um salário e uma área/um setor que se encaixa na faixa de salários que bombarão em 2021: o profissional da Educação, mais precisamente o professor.

     O avanço tecnológico que mudou o modo de vida das pessoas no mundo todo, com a implantação da BNCC - Base Nacional Comum Curricular, homologada em dezembro de 2018,  invade a Escola Básica em 2019  e se torna uma ferramenta valiosa de apoio no processo ensino-aprendizagem das competências e das habilidades previstas nessa base comum curricular que pretende oferecer ensino de qualidade, por áreas de conhecimento e suas tecnologias,  a todos os estudantes brasileiros.

     Essa nova realidade intermediada pelo uso da tecnologia também na Escola, decorrente em especial da implantação da BNCC no Ensino Médio das Escolas de Educação Básica,não tardou a ganhar proporções inimagináveis por conta de um acontecimento igualmente  inimaginável.

     Em março de 2020,  foi decretada a pandemia de uma nova, agressiva e letal doença, provocada por um também novo vírus - o coronavírus: a pandemia da covid-19. Numa das ações das autoridades sanitárias e dos governantes para evitar o contágio e para proteger a população dos municípios e estados brasileiros - o distanciamento social, o confinamento em casa até que se soubesse mais sobre a doença que pegou a todos de suro presa, até a descoberta de um tratamento e principalmente de uma vacina - a partir daquele momento, as Escolas foram fechadas e as aulas presenciais, suspensas e sem previsão de retorno.

     Além de enfrentar uma situação inédita, atípica, esquecendo-se de si mesmos, de suas famílias, de seus medos, os profissionais da Educação no Brasil tiveram que, de repente, buscar formas para garantirem a continuidade dos estudos, das atividades escolares aos estudantes e manter o vínculo deles com as Escolas. Não podendo ser na modalidade presencial, essas atividades escolares só puderam  ser oferecidas de maneira remota. Os profissionais da Educação, em especial os professores da Escola Básica e do Ensino Superior públicos e privados, adquiriram à força e de um momento para outro competências e habilidades tecnológicas digitais   para que pudessem elaborar e transmitir aulas on-line síncronas (transmitidas ao vivo, em tempo real) e assíncronas (gravadas), além de atividades realizadas por meio de sistemas de ensino - material didático e plataforma - da sua casa para a casa do aluno, ou de qualquer espaço e utilizando recursos  até então não escolares.

     Essas aulas on-line que passaram a ser transmitidas como alternativa às aulas presenciais que não poderiam mais ocorrer, foram possíveis graças ao uso de ferramentas tecnológicas como, por exemplo, aplicativos do Google, da Microsoft e até outros não tão conhecidos e tão seguros.

     O professor teve que se reinventar, teve que adquirir conhecimentos e práticas em tempo recorde, usar recursos variados e tantas outras façanhas, descobrindo que a tecnologia é uma excelente ferramenta e material de apoio ao seu trabalho como educador, de tal forma que só é possível pensar a Escola daqui em diante como um espaço de aprendizagem não mais apenas presencial, mas que também aproveitará os benefícios das atividades remotas como aulas síncronas e assíncronas experimentadas no período de confinamento, de distanciamento social. No distanciamento, o digital  promoveu a proximidade e mostrou que ele pode ser um instrumento importante para apoiar as mudanças necessárias na educação e no ensino. O ensino híbrido é uma nova e forte tendência.

     Assim sendo, a implantação da BNCC e a utilização frequente da tecnologia digital no processo de ensino e aprendizagem, como resultado desse contexto de pandemia,  criaram um professor com o domínio de competências e de habilidades ainda não previstas nos cursos de sua formação. E o professor com esse perfil já está sendo procurado e contratado "a peso de ouro" no mercado de trabalho, em especial por escolas básicas de grande porte e bem conceituadas, e por instituições de ensino superior. Se tudo isso veio para ficar e é quase certo que ficará, a profissão professor se tornará cada vez mais atraente, motivando esse profissional  a dar continuidade aos seus estudos, à sua formação, capacitando-se, especializando-se e buscando sempre estar atualizado.

     A pandemia trouxe para a Educação no Brasil e no mundo um professor educador por excelência, que mostrou criatividade, que apesar de distante fisicamente se aproximou cada vez mais de seus alunos, buscou novos conhecimentos e práticas, e que adquiriu super poderes, tornando possível o vínculo dos estudantes aos estudos e a todas as atividades escolares. O professor é a estrela, é o super  da pandemia.

     Além da remuneração que tem melhorado a cada dia, o professor readquiriu o respeito de outrora, principalmente por parte dos alunos e de suas famílias. e, por isso tudo, é, sem dúvida alguma, uma profissão atraente que bombará em 2021, o que também motivará as Instituições de Ensino Superior a voltarem a oferecer Cursos de Licenciatura que promovam, além da formação docente exigidas pela BNCC, meios de capacitação tecnológica e de tudo que faça do seu egresso um indivíduo, um cidadão e um profissional de sucesso, com conduta ética e responsabilidade social.

     As Faculdades e Centros Universitários, em 2021, continuarão oferecendo Cursos de Licenciatura, mas com um egresso com um perfil novo e adequado à nova realidade educacional do país, com competências e habilidades que propiciem a ele atuar com excelência nas Escolas de Educação Básica que já implantaram a nova base nacional comum curricular - a BNCC. Os novos professores formados pelas Licenciaturas da UNIESP certamente terão esse novo perfil por meio de seus currículos e de projetos especiais de capacitação docente que também incluam competências e habilidades em tecnologia digital, mais uma vez saindo à frente das demais IES no que se refere à Educação e  provando que a nova paráfrase do conhecido provérbio - Em terra de pandemia, quem é professor é super-herói  - é a mais pura verdade.

 

Por Rosa Beloto




Deixe seu comentário
Seu endereço de e-mail não será publicado.




    Seja o primeiro a comentar!