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BATATA-QUENTE DIFERENTE: MOVIMENTO, EMOÇÃO E APRENDIZAGEM NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Data: 23/05/2025 | 0 ComentárioNa disciplina Educação, Corpo e Movimento, ministrada pela professora Alaíde Palagano Ferreira, os alunos do primeiro semestre do curso de Licenciatura em Pedagogia vivenciaram mais uma atividade prática: a Batata-Quente Diferente.
A proposta integra a metodologia da disciplina, que valoriza a experiência corporal como elemento essencial para a formação dos futuros professores, conectando teoria e prática pedagógica.
Como foi a atividade?
Organizados em círculo, com uma cadeira incluída na roda, os estudantes passaram entre si uma almofada em formato de abacaxi, representando a "batata-quente". Quem estivesse com o "abacaxi" deveria rapidamente contornar todo o círculo por fora e tentar sentar-se na cadeira antes que a almofada fosse novamente colocada sobre o assento.
Diferente da tradicional batata-quente, nesta dinâmica não houve eliminação. Todos continuavam participando do jogo, promovendo integração, cooperação e estímulo constante.
O que a brincadeira desenvolve?
- Coordenação motora geral (correr, sentar, manipular objetos)
- Agilidade e velocidade de reação
- Atenção e percepção espacial
- Planejamento motor
- Trabalho em equipe e respeito ao tempo do outro
- Controle emocional diante do desafio
Reflexão pedagógica: trabalhar com e sem eliminação
Durante a formação infantil, é importante que as crianças vivenciem tanto brincadeiras com eliminação quanto sem eliminação.
Brincadeiras sem eliminação, como esta proposta, reforçam valores de inclusão, persistência e oportunidade de melhoria contínua, permitindo que todos participem até o final, sem gerar exclusão ou frustração precoce.
Por outro lado, atividades com eliminação — conduzidas de forma ética e respeitosa — também são necessárias, pois ensinam a lidar com perdas, frustrações, respeito às regras e a importância do recomeço, competências socioemocionais fundamentais para a vida em sociedade.
Integração com a Neurociência do Movimento
Esta vivência também foi articulada à aula de Neurociência do Movimento, abordando os hormônios liberados durante a prática corporal:
- A brincadeira ativa a liberação de adrenalina e noradrenalina, hormônios que preparam o corpo para a ação rápida (a chamada “resposta de luta ou fuga”), aumentando o estado de alerta, a frequência cardíaca e a concentração.
- A participação ativa e a diversão também favorecem a liberação de dopamina, relacionada à sensação de prazer e motivação, e de endorfina, que gera bem-estar e alívio do estresse.
Esses hormônios são fundamentais para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo das crianças, mostrando que o movimento lúdico vai muito além do gasto de energia: ele é parte essencial da formação integral.
Vivência, reflexão e prática consciente
Ao vivenciar a “Batata-Quente Diferente”, os alunos do curso de Pedagogia compreenderam, na prática, como o corpo, a emoção e a aprendizagem estão profundamente conectados, e como o professor pode utilizar o brincar de maneira estratégica para potencializar o desenvolvimento infantil.
Prof.ª Alaíde Palagano Ferreira
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