No mês de fevereiro de 2016, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo/SP publicou um comunicado referente ao Concurso Público para professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, informando a data de encerramento das inscrições e a data do exame. No comunicado, havia, ainda, informações sobre a quantidade de vagas (2.472 no total) e sobre a remuneração inicial do professor aprovado no citado concurso:
“A carreira requer licenciatura plena na área desejada e conta com jornada de trabalho de 30 horas semanais. A remuneração inicial é de R$ 2.475, incluindo salário de R$ 2.079,43 e abonos. Além disso, como benefícios, são oferecidos: auxílio-refeição de R$ 15,25 por dia (o que equivale a R$ 335 por mês, considerando 22 dias), vale-alimentação de R$ 270,13 e vale-transporte, elevando os ganhos reais para R$ 3.080,13.
Há vagas para as disciplinas de arte (467), Biologia (3), Ciências (395), Educação Física (123), Espanhol (3), Física (2), Geografia (499), História (71), Inglês (453), Matemática (365), Português (87), Química (1) e Sociologia (3).” (http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br, grifos nossos).
Essa notícia é apenas um exemplo e mote para a reflexão a seguir sobre a PROFISSÃO DE PROFESSOR, sem entrar no mérito das dificuldades que ela apresenta diariamente a esse profissional que comete um verdadeiro ato de rebeldia ao decidir ser professor numa Pátria Educadora em que a Educação está fora das prioridades dos governos, nem dos aspectos positivos da profissão em termos de evolução humana e cidadã, nem das satisfações que o professor tem também no seu dia a dia ao ser o grande responsável pela mudança para melhor no caráter e na vida de seus alunos. Há muitas publicações de qualidade a respeito. A reflexão que se quer provocar aqui é sobre a profissão de professor em termos de salário e de estabilidade de emprego, temas que viraram emergenciais num Brasil que hoje tem 10 milhões de trabalhadores desempregados e, por isso, sem condições de manter sua família, de honrar o pagamento de suas dívidas e de garantir a dignidade que só o trabalho traz a qualquer ser humano.
No Brasil atual, falta professor em muitas salas de aula; em algumas regiões dos estados e das cidades brasileiras, essa falta é ainda maior. Quem vai ensinar nossas crianças e jovens para que eles se tornem pessoas, cidadãos e profissionais de qualidade para alavancarem o progresso efetivo do país?
A falta de professor, por outro lado, faz dessa profissão uma das poucas opções de participação no mercado de trabalho em tempos de crise como a que os brasileiros estão passando.
O Professor concursado, como exemplifica o edital acima da SME de São Paulo/SP, além de ter um salário inicial razoável, tem emprego garantido para o resto de sua vida. O Professor que ainda é estudante de Cursos de Licenciatura, no início do ano letivo, comparece às delegacias de ensino e têm aulas atribuídas para o ano inteiro, ou, ao comparecer às escolas em qualquer época do ano, tem a possibilidade de atuar como eventual, sendo que a falta de professores é tanta, que o eventual também acaba tendo muitas aulas a ministrar. Aulas dadas, aulas ganhas: salário, pouco ou muito, mas que garante o sustento e a manutenção da família. Raramente, portanto, o professor de Educação Básica não tem trabalho.
Conforme mostra o Edital exemplo, para realizar um concurso público para que o professor seja efetivado e garanta estabilidade de emprego, ele precisa estar formado em um Curso de Licenciatura Plena. Infelizmente, além da falta de professor nas salas de aulas, os Cursos de Licenciatura têm sido extintos e poucas instituições de Ensino Superior ainda os oferece (com exceção do Curso de Pedagogia). Está cada vez mais rara a oferta de Cursos de História, de Geografia, de Ciências Biológicas, de Matemática – coincidentemente os que oferecem mais vagas no concurso exemplificado –, de Física, de Química e, surpreendentemente, de Letras, até bem pouco tempo um dos Cursos de Licenciatura essenciais e procurados (por motivos óbvios, já que forma professores de Língua Portuguesa, de Literaturas e de Línguas Estrangeiras como o Inglês e o Espanhol). Onde os professores serão formados? Pátria Educadora sem Cursos de formação de professores?
Em se falando sobre Ensino Superior, o professor graduado que conclui um Curso de Especialização, que é de curta duração, pode atuar, além da Educação Básica, como professor em Cursos Superiores. Se realizar um Mestrado e/ou um Doutorado, as oportunidades de atuação no Ensino Superior aumentam ainda mais e a estabilidade e o salário também apresentam melhores condições.
No Brasil, a remuneração do professor difere de região a região, de estado a estado, de cidade a cidade. Procure saber quanto ganha um professor onde reside. Você pode se surpreender, pois, embora o professor não ganhe o que merece em nenhum lugar do mundo, na atual conjuntura ser professor garante um salário ao menos razoável.
Se você está em dúvida sobre que Curso de Graduação irá realizar e sobre em qual profissão atuará no mercado de trabalho, pense na possibilidade de ser professor. Quem sabe a Pátria Educadora não se torna Pátria Educadora de verdade num futuro próximo e suas condições de trabalho e de salário fiquem ainda melhores?
No Grupo Educacional UNIESP você ainda encontra os Cursos de Licenciatura citados e mais alguns. Informe-se a respeito, começando pelo site
www.uniesp.edu.br
Assim como em terra de cegos, quem tem olho é rei, em terra de 10 milhões de desempregados, quem é professor é rei!